sábado, 3 de novembro de 2012

Ayixii no país dos devaneios!


           Num tempo sempre presente e numa terra muito confusa foi Ayiixi parar como por encanto. A distância da casa de Ayiixi para o dito país não era fixa, pois a mesma não era medida pos padrões físicos vigentes, às vezes podia ser medida na distância da cabeça ao coração, da razão para emoção. Num outro tipo de medida, poderia também se considerar como se fosse a distância de um cômodo para outro de sua casa e que ao mudar sua postura, de ereta para sentada, com um simples toque chamado ON se teletransportava para o referido país.
A terra que a encantava não era uma terra pronta sempre se transformava, Ayiixi se maravilhava: "Lembra minha infância, os meus sonhos de princesa, isto sim é uma beleza",  pensava Ayiixi sem mesmo se dar conta que tal pensamento não era simples lembrança e sim fantasias que até cabem na fase pueril. Ao passear por esta Terra encontrava bravos guerreiros, belos rapazes faceiros, príncipes sem igual e os maiores intelectuais.
"Bom é viver aqui, construir meu palacete, lugar de gente centrada que mesmo que venha embalada, deve ser o que vende, basta ver o embrulho tão reluzente neste papel de presente".


Ayiixi se encaixou perfeitamente na terra de seus sonhos e tão encaixada ficou, que selada a caixa com lindo papel se embrulhou.

"Como é bom viver de sonhos, os dragões sendo vencidos, Dom Quixote que o diga.
Terra do faz de conta que é fácil de acessar, dependendo do que mostre sempre vou agradar. Todos bem maquiados e bem arrumadinhos transitam de norte a sul cada um e todos são meus vizinhos.
O problema do pacote, aquele que me embrulhei, é que é meio sufocante e nem sei se agradei, mas tenho a solução: é só enfeitá-lo mais; uma fita de cetim com um laço pega rapaz. Vendo os outros embrulhos, cada dia mais ornamentados, nem desejo abrí-los mesmo com muito cuidado, e se o que tem por dentro não for assim tão belo? Quem mandou me enganar com um sorriso amarelo?"

O devaneio era tal neste país irreal, que o muito interessante em seus habitantes nem era a própria caixinha, mas a caixa alheia, como naquela antiga brincadeira de descobrir o presente sem mesmo abrir, surgia muita gargalhada, as faces sempre a sorrir. 
A loucura era tal que, sem abrir o pacote, cada um definia seu conteúdo à própria sorte. Ai do conteúdo não ser o que definiu: era quase caso de morte. "Não quero mais brincar quem mandou se desembrulhar? Pode o pacote ser seu, mas o ego é meu e se você é assim e não como eu planejei, é um estraga prazer, desfazedor de sonho meu. Dá o dedinho aqui, quero ficar de mal até que se embrulhe para tudo voltar ao normal, se assim não for, na próxima vinda aqui te coloco de lado, até que fique enfadado e dou a atenção “merecida” para outro embrulhado."

Cansada de passear por seus sonhos e anseios, a deslumbrada Ayixii volta a por os pés no chão:

"Ixii", diz Ayixii.

E fala em terceira pessoa:

"Todos se enquadrando dentro dos meus ideais, aí sim Ayixii não sofre e por enquanto... Off"



Um comentário:

  1. Como sempre....super...queria ver mais sobre Ayiixi, quero mais continuacao tipo capitulo 2...Amei e parabens pelo seu trabalho!!! Mano Tony!!! :)

    ResponderExcluir